Olá,
Como vai você? Seja bem-vindo à Matryoshkaletter, a newsletter oficial domatryoshkabooks!
Aqui, falo sobre literatura, processos criativos e escrita desde o início de 2021.Nessa nova versão, passo a usar esse cantinho com maior enfoque no meu novo projeto, O Corpo de Laura, que consiste na produção de uma plaquete e, posteriormente, de um livro, em que exploro as linguagens da poesia e da fotografia a fim de investigar as temáticas do Corpo, da Identidade e da Linguagem no contexto do ser mulher.
No ano passado, esse projeto foi contemplado no Edital de Publicação Inédita em Poesia do ProAC (Programa de Ação Cultural da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo) em primeiro lugar. Ou seja, o meu trabalho foi reconhecido e terá a sua publicação por meio de um Edital importante!
Desta forma, penso a newsletter também como um espaço para partilhar o que venho fazendo com o projeto, sua execução, minhas reflexões, dúvidas e indagações. Além de suscitar novos diálogos partindo da discussão que proponho em O Corpo de Laura, também tenho interesse em aproximar a minha dinâmica com o ProAC com os leitores, trazendo de forma mais crua e detalhada a experiência de se publicar por meio de um edital.
Vem comigo?
Na carta de hoje, quero testar uma forma um pouco diferente de falar por aqui, talvez com uma cara mais parecida com o Diário de Processos. Isto porque, em primeiro lugar, decidi passar menos tempo agora no Instagram, pois acho que ele já não era muito compatível com esse momento criativo.
Mergulhei de vez n’O Corpo, mais consciente agora de suas potências, fragilidades e encaminhamentos. Estou diante desse acontecimento, mais querendo vivê-lo do que destrinchá-lo totalmente. Talvez, por esse motivo, faça mais sentido me comunicar com a vulnerabilidade que Newsletter me permite.
Enquanto escrevo esta carta, estou finalizando as etapas de construção d’O Corpo. Confesso que não é nada fácil deixa-lo ir ao mundo, acontecer - tenho receio de ter deixado alguma ponta solta, algum erro, retirado algo que não era para retirar. Às vezes, volto ao original como quem diz ei, você se esqueceu disso! e, relendo, passo a identificar cada vez mais esquecimentos. Acaba sendo uma forma de tentar domar aquilo que está fora do controle. Criar às vezes pode ser assustador por esse motivo.
Entretanto, agora percebo que a densa amálgama de ideias que constituía o livro passa por um processo de peneira. Amparada por leitores críticos extremamente competentes, cada um com um repertório diferente, passo a questionar com mais segurança o que compõe aquele corpus, mesmo que fosse inicialmente muito difícil “abrir mão” de algumas produções dentro da obra.
Ao mesmo tempo, entendi que passar pela Leitura Crítica também é um exercício de autonomia.
Embarcar para dentro da própria vulnerabilidade, principalmente no trabalho com o texto, a partir da visão do outro, exige parcimônia e exige compreender o que naqueles comentários faz sentido e o que não faz para o projeto, bem como como ele será afinado.
Também por isso, ficam os questionamentos de - será que consegui levar em consideração o que me foi falado e dar mais qualidade à obra? Será que dei conta? Será que sou uma farsa? Será que entendi tudo errado e empobreci? e por aí vai…
O mais engraçado de tudo isso é que cada um dos meus Leitores Críticos também trouxe diferentes reações e observações sobre a obra. No fundo, a gente sabe que a leitura, crítica ou não, é assim mesmo - cada um de nós vai assimilar uma obra de um jeito, dentro de nossos parâmetros, conhecimentos e gostos pessoais.
Isso reforça a questão do (des)controle que tento enfurecidamente domar e, ao mesmo tempo, me faz sentir um pouco como cada um é tocado pela minha escrita.
Neste exato momento (sábado), finalizo (enfim) a versão que acredito ser a final (o famoso “vale esse”) e ver como o Corpo se desdobra por aí. Sei que ainda vou querer mexer. Mas, por enquanto, vou deixar as mãos adormecerem - e retorno quando tiver mais alguma novidade.
INDICAÇÕES & LANÇAMENTOS
#01 - NEWSLETTER:
Essa newsletter semanal, organizada pelo jornalista Guilherme Werneck, traz indicações de eventos, passeios, livros, filmes e outras recomendações do que vem acontecendo na cena cultural (principalmente em São Paulo). Além da curadoria, Werneck também traz suas impressões desses movimentos, num formato mais despojado e que permite uma maior aproximação do leitor.
#02 - EDITORA: 100/Cabeças
A 100/cabeças é uma editora independente focada na produção surrealista e de vanguarda, tendo publicado autores e artistas relevantes como Antonin Artaud, André Breton, Leonora Carrington e Mina Loy. Além de uma cuidadosa curadoria na escolha dos títulos, as publicações também se destacam por suas edições muito bonitas e bem acabadas, propondo também uma experiência de leitura.
Saiba mais por aqui: https://100cabecas.com