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Como vai você? Seja bem-vindo à Matryoshkaletter, a newsletter oficial do matryoshkabooks!
Por aqui, falo sobre literatura, processos criativos e escrita desde 2021.
Ao final de 2022, migrei para o Substack e, desde então, dedico esse espaço para falar do meu projeto, O Corpo de Laura, que venceu o primeiro lugar do Edital de Publicação em Poesia do ProAC (Programa de Ação Cultural da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo).
Em uma plaquete e um livro, O Corpo de Laura busca explorar as linguagens da poesia e da fotografia a fim de investigar as temáticas do Corpo, da Identidade e da Linguagem no contexto do corpo feminino.
Nesta newsletter, quero compartilhar com você o meu processo com o projeto, refletindo também sobre a experiência de participar de um Edital.
O que vem rolando por aqui?
"Parece que estou acordando no dia 1º de janeiro". Este foi o primeiro pensamento de hoje, logo após o lançamento de O Corpo de Laura. Acredito que este ciclo-do-corpo não se encerra, porém, já que ele vem se ramificando desde 2021.
Talvez, agora, o que acontece é que já não me agarro mais ao livro em si, ao meu livro, e sim o lanço ao mundo, me libertando junto com ele, assumindo mais uma posição de quem escuta, de quem quer aprender. Acho ótimo. Meu processo criativo sempre foi muito da absorção.
Na verdade, não só da absorção, do seu potencial de torção, de ressignificação. Isso foi tão importante que, diante de minhas colegas Rebecca Loise, Isabela Penov e Geruza Zelnys, fiquei extasiada na(s) possibilidade(s) do que é "O Corpo de Laura" para cada uma de nós.
Fiquei tão feliz com o evento, aliás. Ainda estou processando, mastigando. Estou escrevendo essa newsletter nesse exato momento, o momento onde ainda não tenho uma visão unificada do que aconteceu, na tentativa de colocar para fora algumas coisas.
Gosto da maneira como um universo inteiro foi chamado ali. Ouvi de algumas pessoas que na verdade, elas estavam de passagem, mas se apaixonaram pelo meu trabalho. A possibilidade de reencontrar conhecidos, professores, colegas de turma, outros escritores, também foi extasiante. Vou repetir esta palavra inúmeras vezes, acho que ela faz jus ao que sinto - êxtase.
A conversa, entretanto, não foi fácil. Abordar alguns temas - principalmente àqueles relacionados à violência e à saúde mental (que é algo que eu ainda quero muito falar a respeito este mês) - foi dolorido em certos pontos, como alguém que está para retirar uma sutura. A Geruza foi certeira sobre essa questão - "O Corpo de Laura" é um fortalecimento, mas ele é perigoso - eu, como autora, não devo me apegar a este lugar, este lugar que insurge, inevitavelmente, do sofrimento. É preciso transmutá-lo para frente, cada vez mais.
No momento, porém, a entrega é muito certa. O êxtase, já falei.
Ultimamente tenho elaborado planos também. Alguns planos mais ambiciosos. Quero fazer uma nova oficina, quero ir pra FLIP, quero montar um portfólio. Quero chegar nas mulheres que eu leio e admiro. Quero falar mais da Alejandra Pizarnik. Quero fazer mestrado. Quero aprender. Quero encontrar. Quero ouvir. Quero montar outro Corpo mais uma vez.
Ou mais um milhão de vezes.
O ciclo encerra. Hoje é 1º de janeiro no meu calendário emocional - mas, como em toda revolução solar, ele deixa um novo caminho a ser trilhado. O êxtase é uma delícia, mas ele não se sustenta por muito tempo. A gente quer continuar. Eu mais ainda. Furiosa que só, devorando leituras e releituras com gosto, com entrega, pensando, planejando, a mão coçando para escrever - um Desejo de criar capaz de abater qualquer cansaço, insegurança ou apatia.
Ontem, ao longo do lançamento, fui sentindo essa já incipiente frestinha de Desejo se abrir como A Porta. Vem, Laura, entra!
(P.S.: quero ainda escrever uma newsletter sobre como o livro é por dentro, mas não sei se terei tempo)
Apanhadão geral da semana
Na mídia:
Lançamento de "O Corpo de Laura" no Blog do Fernando Machado: https://bit.ly/3EGn5Bt
Lançamento de "O Corpo de Laura" no Paulista Cultural: https://bit.ly/469DE4s
Lançamento de "O Corpo de Laura" no Dica de Teatro: https://bit.ly/48j01Gv
Lançamento de "O Corpo de Laura" no PublishNews: https://bit.ly/3rap9Pk
Comentário sobre "O Corpo de Laura" no Ladrilho Hidráulico: https://bit.ly/3EE19ap
Nas redes:
Resenha de "O Corpo de Laura" no Hierofania Resenhas: https://bit.ly/3EFOe7R
Grifo de epígrafe "O Corpo de Laura" por Larissa Lins: https://bit.ly/3PGl5iW
Grifo de poema de "O Corpo de Laura" pelo Bafo de Poesia: https://bit.ly/45SeV59
Grifo de poema de "O Corpo de Laura" por Maíra dal'Maz: https://bit.ly/3revAAR
"O Corpo de Laura" nos recebidos da Lilian Sais: https://bit.ly/3Rq3f57
"O Corpo de Laura" nos recebidos de Renato Quege: https://bit.ly/44Yh1Ps
Pelo meu Instagram:
Encerramento da oficina “Poesia, fotografia e liminaridade”: https://bit.ly/45RkYa0
Apresentação - Isabela Penov: https://bit.ly/3PGWWsH
Apresentação - Rebecca Loise: https://bit.ly/48cIxvH
Apresentação - Geruza Zelnys: https://bit.ly/3Rqp58G
Lembrete do lançamento: https://bit.ly/3PGkWfr
O Corpo de Laura indica
LIVRO: Morada em Edição, de Priscilla Pinheiro (Caravana)
Segundo livro recém-lançado da poeta cearense Priscilla Pinheiro, Morada em Edição investiga as definições de casa, lar e morada, perpassando tanto a memória quanto o cotidiano em uma poética aparentemente simples, mas que se vale da matéria para revelar a complexidade da subjetividade do eu-lírico. Esta foi uma leitura que me remeteu, inevitavelmente - e não só pela temática, mas em suas minúcias - à A Poética do Espaço, de Gaston Bachelard. Pinheiro ainda traça inteligentes referências a autores como Ana Guadalupe, Waly Salomão e Marília Garcia.
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LIVRO: Alga Viva, de Júlia Vita (Córrego)
Agora retornando ao público em sua segunda edição, Alga Viva (2019) é um surpreendente mergulho poético e semântico da poeta niteroiense Júlia Vita - que também foi a preparadora de textos de "O Corpo de Laura". A partir de um trânsito surrealista e abertamente desconstruído, que critica e persegue o ofício literário desde suas enfadonhas panelinhas ao valor e possibilidade da palavra e da sintaxe, este é um livro que convida ao estranhamento, que só se sacia em uma leitura demorada, de pouco a pouco. O prefácio é de Cláudio Willer. (Pretendo falar mais de Alga Viva mais para frente!)
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